Inaugurada em 9 de novembro de 1986 e localizada em Ceilândia, cidade que concentra um grande número de imigrantes da Região Nordeste, a casa do cantador é considerada o Palácio da Poesia e da Literatura de Cordel no Distrito Federal. O local é palco de apresentações de grandes nomes da cultura nordestina, como cantores de repente e embolada; exposição de culinária nordestina, inclusive a cozinha do local recebeu o nome de Maria Bonita; oficina de música e trabalhos de inclusão digital. Conta também a biblioteca batizada de Patativa do Assaré, na qual é possível encontrar um grande acervo de cordéis, entre eles exemplares de Jorge Amado e Ariano Suassuna.
Além de centro de cultura, a casa possui um alojamento com a estrutura semelhante à de um pequeno hotel. Quando grandes escritores de outros estados vêm à Capital Federal para participar de eventos, podem ficar alojados na casa gratuitamente por um período de até 40 dias. Isso contribui para que artistas que não têm muitos recursos possam vir apresentar seus trabalhos em eventos no Distrito Federal, como a Feira do livro. Além de aumentar o intercâmbio entre os artistas do DF e de outros estados.
Projetada por Oscar Niemeyer, a casa é a única obra do arquiteto fora do Plano Piloto. Sua arquitetura é mantida quase original, visto que a administração anterior fez algumas alterações, na qual tirou uma porta e acrescentou janelas de vidro. A atual administradora alterou as cores da fachada e teve que voltar a pintura original por exigência do próprio Niemeyer, que não permite modificações em suas obras. A casa apresenta uma concha acústica que permite a evasão do som para todo ambiente, assemelhando-se a um teatro, onde é possível ouvir com clareza até nas últimas fileiras da arquibancada. Essa característica torna a casa um ótimo palco para a propagação da cultura nordestina, seja por meio da música ou do teatro.
Por nove anos a Casa do cantador ficou sob responsabilidade da Administração de Ceilândia, que estava descaracterizando a proposta original do local. Chegando até a alugar o espaço como salão de festas, com a alegação de que seria para manter os custos, pois faltava apoio do governo. No inicio deste ano a Secretária de Cultura do Distrito Federal retomou o espaço e está promovendo uma reforma que deve se estender até dezembro. A atual administradora da casa, Rosália Alves Bezerra, é filha de um dos fundadores, e aposta na revitalização do espaço, e no resgate daquilo que seu pai criou.
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